sábado, 16 de fevereiro de 2013

Old West Bowie.

Olá Pessoal. Ter feito a Bowie Brute Forge que postei à venda na semana passada foi muito prazeroso para mim. Primeiro porque adoro o estilo rústico e o projeto em si, e segundo porque foi um sucesso estrondoso com muitos interessados e muitos elogios à peça.

Desta forma senti vontade de fazer uma maior, com 12 polegadas de lâmina, com a ponta bem arrebitada como é característica das minhas grandes Bowies. Selecionei um chifre com corôa de cervo sambar indiano de excelente qualidade. Para acentuar o aspecto rústico, envelheci o aço quimicamente com percloreto férrico. Na bainha coloquei um detalhe especial, utilizei uma ponta de chifre para confeccionar o apetrecho que prende à bainha ao cinto.

O resultado está nas fotos abaixo. Apreciem e postem seus comentários!!!

Durante todo o processo de confecção foi inevitável pensar num Irmão que aprecia muito estas facas rústicas e robustas, o Tenente Coronel do Exército Brasileiro MÁRIO AUGUSTO MOTA COIMBRA, brilhante Comandante e abnegado Combatente, que junto de seus bravos comandados do Centro de Instrução de Guerra na Selva, sediado em Manaus, formam os melhores Guerreiros de Selva do Mundo e oferecem sua vida em sacrifício para defender nossa Amazônia e nosso Brasil. Dedico este trabalho ao Coronel Coimbra, manifestando minha admiração e agradecimento!


  











Para receber emails de Facas Disponíveis, 
Vídeos, Artigos e Informativos sobre Eventos, 
cadastre-se, enviando email para:

e.berardoknives@gmail.com

Contato:
Email: e.berardoknives@gmail.com
Celular: (17) 99727-0246
Telefone Fixo: (17) 3525-2595

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Faca disponível -Vendida em 6 minutos!!!

Olá pessoal. Há muito tempo tenho vontade de fazer uma faca com a colaboração de outro cuteleiro. Recentemente tive a honra de receber em minha casa e oficina o virtuoso cuteleiro Dionatam Franco. Desta agradável visita, além de uma amizade muito mais fortalecida por horas de boa conversa, restou também uma bela faca Bowie forjada em estilo Brute Forge pelas mãos habilidosas de Franco. 

Sempre tive a vontade de fazer uma faca em estilo mais rústico, pois muito me agrada esteticamente falando, além de remeter às lendárias Bowies do Velho Oeste Norte-americano. Como eu tinha guardado em estoque um belo chifre de cervo com coroa, que combina perfeitamente bem ao estilo, juntei tudo, o que resultou nesta bela faca.

Lâmina: medindo 10 polegadas de comprimento, por 2 de largura e 1/4 de espessura, em aço 5160, temperado seletivamente conforme pode-se observar na linha mais escura próxima ao fio, envelhecida quimicamente com percloreto férrico.   

Guarda: em aço 5160.

Espaçador: em aço 5160.

Cabo: em chifre de cervo com corôa, em excepcional formato para as mãos.

Interessados entrem em contato:
Email: e.berardoknives@gmail.com
Telefone: (17) 3525-2595






Telefones: (17) 3525-2595 e (17) 9727-0246
Email: e.berardoknives@gmail.com
http://www.facebook.com/eduardo.cenevivaberardo

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A ciência dos cabos - parte 1: Facas de Campo

Acredito que durante a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades técnicas de um cuteleiro, o que se leva mais tempo para dominar, dentre os itens de construção básica de uma faca (lâmina, guarda, cabo e bainha) é a confecção dos cabos. 

Não que as demais partes não tenham suas técnicas e segredos, mas o cabo é mais tridimensional e, via de regra, não possui ângulos retos, o que dificulta muito a definição de suas formas, dimensões e simetrias.  

Tenho visto nestes anos que normalmente cuteleiros em fase inicial de carreira, cometem reiteradamente os mesmos erros, por falta de habilidade e medo errar, fazendo cabos curtos e muito gordos (volumosos) e portanto desconfortáveis para o uso. Eu cometi este erro por um bom tempo e acredito que tenha levado cerca de 4 anos para confeccionar cabos excepcionalmente bem feitos.

Muito embora pareça ser um item simples na construção de uma faca, é um dos maiores responsáveis quando da avaliação se uma faca pode ser considerada boa ou não.


Uma faca de campo, com seu cabo repleto de detalhes técnicos.

Nesta matéria pretendo explorar a construção de cabos, vislumbrando tão somente a funcionalidade e performance. Deixo de explorar questões estéticas, abordando as facas, neste caso específico somente como ferramentas. Não vou mergulhar nas técnicas de aprimoramento estético, pois além de serem inúmeras, são irrelevantes quanto à performance. 

As questões abordadas nesta matéria não são aplicáveis aos projetos que objetivam única e exclusivamente o colecionismo, ou seja, peças que são idealizadas e executadas somente para investimento e exposição, não para uso prático e de alta performance!!!

Vou abordar a construção dos cabos das 4 principais famílias de facas, destas quais derivam inúmeros outros tipos, qual sejam:

1. Facas de campo;

2. Facas de luta;

3. Facas de caça;

4. Facas de cozinha.

Para tal, tratando-se de um tema muito extenso à ser explorado, pretendo escrever por etapas sobre cada uma destas famílias de facas, uma por vez, para que todos os interessados possam ler e aproveitar os conhecimentos, lendo um pouco por vez, para absorver serm ficarem enfadados com uma leitura muito extensa.

Antes, algumas considerações de ordem geral...

O que um bom cabo deve proporcionar:

1. Segurança

Este item foi elencado antes dos demais por ser, sem dúvida, o mais importante de todos. É senso comum que um cabo mal construído, pode fazer com que o usuário de uma faca se fira gravemente. Se isso acontecer em um acampamento, a dezenas ou centenas de quilômetros do atendimento médico mais próximo, pode significar a morte.

Eu mesmo presenciei um caso grave, em 1993 quando participava de um treinamento militar em área rural, na serra do mar no litoral paulista. Um de meus colegas, à época Cadete, hoje Capitão, fazendo a função de "homem facão", o responsável de uma patrulha por abrir uma picada conforme o azimute (direção objetivada, apontada pela bússola) dado pelo "homem bússola", depois de extenuantes horas usando o facão, deixou-o escapar da mão, batendo-o contra o próprio joelho. Isso produziu um corte muito extenso e fundo, tendo que ser removido às pressas em maca improvisada, por vários quilômetros de selva até o suporte médico. Graças à Deus ele sobreviveu, mesmo tendo perdido bastante sangue, não lhe restando nenhuma sequela.

Vamos raciocinar juntos.....

Será que se o cabo do facão tivesse reentrâncias , protuberâncias e curvas nos lugares certos, de modo a encaixar melhor os dedos e a palma da mão de meu "Irmão de Armas", proporcionando uma ergonomia que oferecesse melhor estabilidade, isso teria acontecido? 
E mais além....se o cabo fosse equipado com passador de fiel, aquela cordinha que atravessa o cabo e prende o facão ao pulso do usuário para evitar escapes indesejados ele teria se cortado? Muito provavelmente não!!!

2. Conforto: 

Parece um item óbvio, mas que acaba negligenciado em alguns projetos executados para facas de uso prático. 

Alguns pontos...

Imagine uma faca que será utilizada por diversas horas ininterruptamente, que tenha qualquer tipo de quina viva no cabo......inevitavelmente produzirá bolhas e desconforto demasiado.

Imagine também um cabo curto, para uma faca pesada. Você fará o dobro da pressão manual para manter o controle da faca. Resultado: fadiga e desconforto. Isso é definido pela Ergometria, ou seja, a ciência que define as medidas mais adequadas das ferramentas às medidas e funcionalidades de nossos corpos.

Passando para a indústria automotiva....alguém já parou pra perguntar porque todos as empunhaduras de câmbio de nossos automóveis são curvas? O que....você nem havia reparado nisso? Pois é, todos as empunhaduras de câmbios de transmissão mecânica são curvas! Mas porque? Simples: porque nossas mãos não se fecham retas, elas são curvas. Isso é Ergonomia, a ciência que adéqua o formato construtivo dos objetos ao formato e funcionamento de nossos corpos. 



3. Funcionalidade: 

A funcionalidade aqui analisada, confunde-se com a performance. Para cada destinação prática de cada faca, existe um projeto construtivo que faz com que esta trabalhe melhor, que tenha mais performance como ferramenta. 

Para me fazer entender, vou usar um exemplo esdrúxulo, mas eficiente para transmitir a ideia:

Um taco de baseball  é uma ferramenta empunhada pelas duas mãos e que é utilizada girando em torno do corpo, tendo este como centro do giro. 



Uma foice também se enquadra exatamente na mesma definição acima descrita.




Entretanto, uma ferramenta se destina a rebater bolas arremessadas e a outra para cortar vegetação. Imagine se adaptássemos um cabo de foice em um taco de baseball. O rebatedor não teria precisão nem tampouco velocidade para fazer o seu trabalho.
Se invertêssemos, colocando um cabo de taco de baseball em uma foice, o homem do campo não conseguiria frear o giro da foice após cortar uma touceira de capim para seu cavalo.

Ou seja, para cada aplicação prática de qualquer ferramenta, exige-se uma linha de raciocínio específica que estabeleça qual forma construtiva proporcionará melhor funcionalidade e performance. Para facas e ferramentas cortantes essa regra é a mesma. 


Facas de Campo

Vamos juntos pensar na aplicabilidade prática de uma faca de campo. Uma camp knife é uma faca com a qual seu usuário realiza todas as tarefas necessárias durante um dia de trabalho no campo. Desde descascar uma laranja até cortar capim e madeira. Aí temos um ponto bem específico no uso de uma faca de campo. Para cortar madeira é necessário bater com a faca.


Teste de corte com uma faca de campo recém terminada.

Eu faço uma divisão própria na definição dos tipos de corte: Corte deslisante (empregado no uso da maioria das facas) e Corte impactante (tipico das facas de campo e espadas, que cortam batendo). E esse impacto, por si só, exige que se observem alguns quesitos técnicos na construção do cabo de uma faca de campo.



Normalmente uma camp knife é uma faca de grandes dimensões e também necessita ter bom peso para que seja mais eficiente ao cortar batendo. Desta forma, seu cabo deve acomodar com bastante segurança os dedos que realmente seguram a faca, sendo o mínimo, o anular e o médio. Estes mantém a estabilidade. 

O "estreitamento" da porção posterior do cabo, 
terminando com uma parte mais espessa para dificultar o deslise da mão,
onde os dedos de trás conferem segurança à empunhadura.

A visão superior, chamada de coke bottle, ou garrafa de coca-cola,
pela óbvia semelhança de formato. 

Reputo ao dedo indicador o trabalho de dar precisão ao emprego da faca, fazendo que sua utilização aconteça conforme deseja o usuário. Tanto é assim que normalmente empunhamos uma faca fazendo muito menos força com o indicador que com os demais dedos. 



Para empregar mais controle durante o emprego da faca, alguns projetos possuem um separador entre os dedos indicador e médio. Provavelmente o maior exemplo disso são as modernas facas de campo Gaúchas, com seu virtuoso cabo pistol grip, ou cabo de pistola, extremamente seguro e controlável.


A vista lateral do separador de dedos.

Esta visão mostra que mesmo volumoso, o cabo não é largo.

Uma visão bem característica do pistol grip Gaúcho.

Outro ponto importante aos cabos das camps, é o volume de pegada (sempre mais altos do que largos). Normalmente quando se usa uma faca de campo não se a empunha e solta diversas vezes sequencialmente. Por exemplo, abrindo uma picada no meio do mato, cortando madeira ou cortando capim, empunha-se a faca uma única vez até que se termine o trabalho. 

A Leviatã, minha maior faca de campo, com 13 polegadas de área de corte.

Isso não exige que seja um cabo mais estreito, de acesso mais fácil, como por exemplo o das facas de cozinha, as quais o usuário as empunha e solta dezenas ou mesmo centenas de vezes quando em uso. Para isso, um cabo mais fino facilita a ação.

O cabo, sempre mais alto que largo.

Por outro lado, mais volume em contato com as mão proporciona maior eficiência na dissipação de energia mecânica advinda dos impactos. Além de ser mais seguro, é também mais confortável.

O separador dos dedos indicador e médio bem definido.

Um último recurso que pode ser empregado nas facas de campo é o passador de fiel. Tratando-se de uma faca bastante pesada e grande, é recomendável que se lance mão deste artifício, conforme explanei no caso do exercício militar no começo desta matéria. 

O fiel conferindo maior segurança ao usuário.

Espero que tenham gostado e que tenha sido esclarecedor. Em breve estarei publicando outro artigo sobre os cabos das facas de luta. Forte abraço a todos.



https://cursodecuteleiro.com.br/

Para receber emails de Facas Disponíveis, 
Vídeos, Artigos e Informativos sobre Eventos, 
cadastre-se, enviando email para:

e.berardoknives@gmail.com


Contato:
Email: e.berardoknives@gmail.com
Celular: (17) 99727-0246
Telefone Fixo: (17) 3525-2595