sexta-feira, 20 de março de 2015

Porquê amamos tanto as facas?



O grande cuteleiro norte-americano Jerry Fisk, um dos meus ícones na cutelaria disse, numa palestra aqui no Brasil, em março de 2006:


"Todo homem gosta de facas. 
Ele pode até não saber disso, mas gosta!"



É incrível o fascínio que temos por uma boa faca. É algo místico, ancestral e explicável!!!


O Grande Jerry Fisk.

Já vi em diversas circunstâncias, durante eventos de cutelaria, ou reunidos informalmente num grupo de amantes de facas, um comportamento no mínimo curioso:


A Faca e a Turma.... da Faca!

Diversas pessoas sentadas em volta de uma mesa, com uma ou duas facas sobre esta. 

Alguma destas pessoas pega a faca e permanece com ela nas mãos por minutos, enquanto a conversa vai fluindo. 


Pra quem gosta de facas!!!!

Quando este primeiro larga a faca sobre a mesa, alguém imediatamente a pega e a mantém nas mãos por mais algum tempo enquanto jogamos conversa fora. 

Assim que este segundo larga, uma terceira pessoa pega logo a faca de cima da mesa. 


Adivinhem qual era o assunto???

E esse comportamento se repete indefinidamente por horas. 

Provavelmente todos daquela roda já conhecem cada detalhe daquela faca, mas consciente ou inconscientemente, querem ter a sensação dela nas mãos enquanto conversa. 


Discutindo técnica.

É algo muito... muito legal! É como se reencontrássemos um velho amigo, com quem sempre nos demos muito bem!

A relação do homem e sua ferramenta mais fiel, a faca, remonta à muitos milhares de anos.




Boa parte dos antropólogos afirma que primeira ferramenta construída pelo homem foi uma faca.

Impensável a sobrevivência do homem primitivo sem o instrumento com o qual caçava, preparava seus alimentos e se defendia.


Réplicas de facas primitivas de Sílex, uma rocha
muito cortante com a qual se fazia lâminas.

Qualquer que fosse a região do globo, deserto, neve, selva ou montanhas, o homem dependia da sua faca para permanecer vivo.

Mas, deixando a emoção ancestral de lado, vamos ver alguns de seus atributos...



É um objeto companheiro, pois pode nos acompanhar todos os dias! 
(eu não saio de casa sem uma boa faca e um bom canivete
 dentro de minha mochila de costas! Onde estou, tenho minhas lâminas comigo!)

É útil, pois com ela cortamos e furamos!

É confiável, pois nunca te deixa na mão!



É versátil, pois podemos bater um prego, abrir uma lata ou usar como alavanca!

É um equipamento de socorro, 
pois podemos nos desvencilhar do cinto de segurança emperrado!

É uma arma, pois com ela podemos nos defender!

É um equipamento autônomo, pois quase não requer manutenção,
 não precisa ser regulado, abastecido ou carregado na tomada!

Praticamente todas as culturas do mundo, desenvolveram seus próprios estilos de facas, de acordo com suas aplicações práticas.

Vejamos algumas...

As famosas Puukko, da Finlândia.

A Canadian Knife, do Canadá.

A Tantô, do Japão.

A Kukri, do Nepal.

A Balisong, das Filipinas.

A Bolo, também das Filipinas.

A Nessmuk, do Povo Inuit.

A Ulu, também dos Inuits.

A Persian Knife, do Irã.

A Bowie, dos Estados Unidos.

A Gaúcha, do Brasil.

A Sorocabana, do Brasil.

A Faca de Ponta, do Brasil.

A Karambit, do Camboja.

A Mezzaluna, da Itália.

A Sabatier, da França.

Enfim, a faca é uma ferramenta que não tem defeitos.

A verdade é que além de uma ferramenta de excelência, extremamente útil e confiável, colecionar, produzir e falar de facas é um hobby do qual quem experimenta, não deixa de lado.

O homem e sua faca tem uma relação ancestral de companheirismo e confiança!

E ela é tão importante para nós, que tem até super herói que perderia o emprego, se ficasse sem suas facas!!!



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4 comentários:

  1. Prezado Berardo, excelente artigo, concordo em numero, gênero e grau.

    Abraços.

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  2. Excelente artigo, Eduardo!!! Parabéns!

    E paixão que já vem de guri: Meu canivete! (Os Mirins)
    ( https://www.youtube.com/watch?v=XLypKHFO5KE )

    "Eu tenho meu canivete, foi presente do meu tio
    Conservo como relíquia pelo que já me serviu
    Meu canivete pitoco desde piá me acompanha
    Fosse nas festas do povo ou nas lidas de campanha
    Descasquei cana de açúcar, laranja e abacaxí
    Fiz forquilha pra bodoque, destripava lambarí

    Quando piá meu pai dizia: “Pelo jeito e pelo estilo
    Teu canivete meu filho só serve pra castrar grilo”
    Meu canivete eu trazia afiado que nem navalha
    Com ele já castrei porco, piquei fumo e cortei palha
    Dos meus pés quantos espinhos meu canivete tirou
    Daria tropas e tropas dos touros que já castrou

    Meu canivete pitôco de tanto afiá em rebôlo
    Das facetas do passado a lembrança é um consolo
    Eu e meu canivete dentre ganhas e perdidas
    Seguimos cortando rente as tristezas dessa vida
    Daria um talho maior que o maior dos brete
    Se emendasse os talhos que já deu meu canivete"

    Forte abraço.

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  3. Parabéns pela postagem. Eu certamente sou um fâ de facas, minha primeira faca foi uma herdada de meu avô. Era uma bela faca gaúcha com bainha de prata. Obrigado por ter me lembrado disso...

    Sucesso sempre!

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  4. sempre mandando bem com artigos interessantes ...

    abraco do amigo Gustavo vilar !

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