sábado, 30 de agosto de 2014

Bowie Godzilla

Não é segredo pra ninguém que eu tenho predileção por fazer facas grandes... mas dessa vez eu acho que passei da medida!

Até então, minha maior faca, era uma que fiz em 2008, integral, full tang, que recebeu o prêmio de Melhor Faca de Campo na Feira de Cutelaria de Nova Petrópolis no mesmo ano.

A danada da facona media 13,5 polegadas de comprimento no FIO!!! Meus amigos cuteleiros carinhosamente a apelidaram de "remo", pois numa eventualidade, daria pra "remar com a faca!!!"

O famigerado "Remo" 
apelidado pelo querido cuteleiro gaúcho Tom.

Depois de tantos anos eu achei que estava na hora de quebrar minha própria marca!

O resultado está abaixo. Imensas 15 polegadas de LÂMINA!!! Damasco ladder, cabo de osso de girafa em tons fósseis com inserção de escudo de chifre de búfalo indiano.

Espero que gostem! Eu adorei!!!

ESTA FACA NÃO ESTÁ DISPONÍVEL!!!

Godzilla

Lindíssimos tons fósseis do osso de girafa!

Vista superior.

O contraste do escudo negro de chifre de búfalo.

Uma GRANDE Bowie!

Junção das talas? Onde?

Em repouso!

O confortável apoio da guarda esportiva!

Armado... bem armado!


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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Conjunto Odisseia e Novo Logo Berardo Facas Custom

Um de meus grandes clientes me contatou há algum tempo, para que eu produzisse para ele um conjunto de 10 facas, para deixar à disposição de seus convidados em um churrasco, para que cada um pudesse, por si próprio, cortar os pedaços de uma bela e grande peça de carne.

Meu cliente escolheu o modelo de uma de minhas facas e me passou a medida de 5 polegadas e meia de comprimento de lâmina.

Achei muito interessante sua escolha pois, em se tratando de um modelo de faca de caça/utilitária, as facas funcionariam muito bem tanto em conjunto para churrasco, quanto isoladamente, caso ele precisasse de uma ou mais facas em uma viagem, numa caçada ou mesmo no dia-a-dia, como EDC (every day carry).

Nestas facas, pela primeira vez, utilizei um logo, que há tempos penso em criar, que foi desenvolvido por um grande amigo. Doravante eu o usarei sozinho em minhas peças menores, ou em conjunto com minha marca tradicional nas facas maiores. Ele é formado pela inicial do meu nome colocada ao centro de um escudo, cruzado por uma espada e encimado por uma corôa. Estes elementos tem forte simbologia para mim! 

Foi uma longa odisseia... trabalho que não acabava mais! Mas o resultado está aí...

A diferença na tonalidade dos tons do cabo não foi provocada por meio de tratamento das fotos. Quando fotografei o conjunto em ambiente aberto, a maior exposição à luz, fez com que os cabos parecessem mais escuros. Contudo, quando eu as coloquei sobre minha bancada para embalá-las para o correio, a menor exposição à luz e o fundo escuro da madeira mostraram os belos tons do Box Elder.

Um grande abraço a todos e fiquem com Deus!


Tudo vezes 10. Quanto trabalho!!!

O novo logo Berardo Facas Custom!

O logo estampado no aço damasco.

Um belo cabo de Box Elder Burl.

Haja faca!

Os desenhos "desorganizados" da raiz de madeira.

Os reais tons da madeira!

Cabos curvos, sempre belos aos olhos e confortáveis as mãos!

Belo conjunto!

Madeira exótica!

As virtuosas lâminas drop point! Sensacionais em uso!

Os inúmeros olhinhos refletivos do padrão de damasco rain drop!


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domingo, 17 de agosto de 2014

Faca Mediterrânea

Logo no início da minha carreira na cutelaria, aprendi a admirar a beleza estética, a funcionalidade e a resistência de uma tradicional faca mediterrânea, também conhecida como faca gaúcha.

Nos primeiros anos produzi muitas delas e sempre foi muito prazeroso.

Recentemente recebi uma encomenda de uma, o que me agradou muito e me trouxe boas lembranças, visto que há bom tempo eu não as produzia.

O resultado está abaixo: 9 polegadas de lâmina em aço damasco padrão ladder, chifre de cervo sambar de excelente qualidade no cabo e pomo em aço damasco.

Espero que apreciem. Desejo a todos uma excelente, tranquila e produtiva semana!

Fotos do Cuteleiro e Fotógrafo Luis Gustavo Gonçalves.























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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Facão Brutus

Recebi há algum tempo um pedido de confecção de um facão, robusto, com 12 polegadas de comprimento de lâmina, em design Arkansas, guarda simples, com cabo de chifre de cervo com coroa.

O resultado está aí, um dos melhores damascos ladder que já fiz, numa genuína faca de campo, pesada e robusta, que seccionará tudo o que ousar enfrentar seu golpe.

O cabo nas mãos, dá a sensação de ergonomia que lembra os antigos cabos de garrucha, só que maior, acompanhando a proporção e a potência extrema da faca.

Espero que gostem! 

Bom final de semana a todos!


Brutus, o facão!

Robusta e indestrutível!

Saia da frente desta faca!!!!!!!!!

Um raro chifre com coroa bem reto!

A belíssima corôa, que confere rusticidade e segurança à peça!

Curvas sensuais e eficientes quando em ação!

A curvatura no ângulo exato do chifre de cervo.

Pura potência nas mãos!



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sábado, 2 de agosto de 2014

O Mestre, o Monge e o Sapo

Meu objetivo com este artigo não é, de forma alguma, advogar em favor ou desfavor de qualquer pessoa, mas sim o de produzir mudança de comportamento positiva no povo brasileiro, em especial nos profissionais de cutelaria.


Uma cultura sem cultura


Um comportamento frequente em nosso país hoje, é o de as pessoas aparentarem o que na realidade não são. 

Qualquer menina bonita, com curvas sensuais que tem 1 ou 2 minutos de exposição em rede nacional, já se acha atriz e quer trabalhar na novela das oito ou apresentar um programa só dela.

O MC Fulando de Tal, que vendeu meia dúzia de discos, já se acha hábil músico e pensa estar no patamar do Roberto Carlos. 

Isso corrói a cultura de nosso povo e subverte nossos valores éticos e morais. 

A exposição exagerada e efêmera, baseada em aparências e em requisitos pessoais sem qualquer conteúdo, seduzem, especialmente aos jovens, que passam a sonhar com o "estrelato" a qualquer custo, deixando de trilhar o caminho concreto por meio do trabalho duro e do estudo.


Titãs

Já cantavam os Titãs em "A melhor banda de todos os tempos da última semana":


"Quinze minutos de fama

Mais um pros comerciais,
Quinze minutos de fama
Depois descanse em paz.

O gênio da última hora,
É o idiota do ano seguinte
O último novo-rico,
É o mais novo pedinte"



As Facas e o nosso querido Brasil

A cutelaria custom em nosso país ainda se encontra em período embrionário, bem no comecinho de sua história, visto que ainda hoje, em detrimento de muitos esforços isolados, a divulgação de nossa arte é pequena, o número de nossos artistas é ínfimo e o percentual de clientes conquistados frente ao número de potenciais clientes, ainda é uma milionésima fração do que pode vir a ser.


Silvana Mouzinho, 
sem dúvidas uma das maiores incentivadoras 
da Cutelaria Custom de nosso país.

Quando um novo simpatizante de lâminas aparece e começa a conhecer aos poucos o que é, o nível técnico, a performance e a qualidade de uma faca custom, inevitavelmente fica maravilhado.

Sem dúvidas, colecionar lâminas, discutir sobre elas, usá-las e confeccioná-las são atividades sensacionais, que cativam muita gente.


Uma das reuniões mensais da Conversa Afiada:
boa proza e gente bacana fomentando a cutelaria!

Ocorre que existe uma distância razoável entre gostar e comprar. Mesmo que o interessado tenha poder econômico que o permita, comprar a primeira faca custom, pela simples diferenciação de preços entre uma faca industrial e uma confeccionada inteiramente à mão, trata-se de um passo bem grande.

As pessoas leigas não tem sequer uma vaga ideia da dificuldade técnica, do tempo de produção, da qualidade, da alta performance e consequentemente do preço de uma faca custom.

A distância que separa o cliente de meramente gostar e admirar, para efetivamente comprar uma faca é longa e só é percorrida desde que haja presente um adjetivo imprescindível:

CONFIANÇA!



Quando alguém compra uma faca, não pode determinar com certeza se o aço utilizado é realmente o mesmo que foi anunciado, se todas as etapas do tratamento térmico foram corretas e fielmente cumpridas, se a faca não quebrará e o deixará na mão. 


O Cliente simplesmente confia!

Conquistar essa confiança é um exercício diário, uma verdadeira maratona, uma batalha cotidiana, que não permite o menor deslise, nem um pequeno vacilo, que suscite um vislumbre de falha moral associada à pessoa do artista.



É sedutora a ideia de vender facas por um bom valor. Isso arrebanha uma legião de pretensos novos cuteleiros, que mal sabem o quanto o caminho é longo e árduo. 

Mas, para que alguém consiga vender sua facas, não basta que elas sejam belas e cortem bem. O artista deve manter-se constantemente transparente, honesto e confiável!


O Mestre!

A maioria das pessoas que decidem se embrenhar numa nova área do conhecimento humano, a aprender uma nova ciência, não tem sequer uma vaga noção do que realmente significa a palavra Mestre.

Na maioria das vezes, é um título erroneamente associado à pompa, à fama e ao sucesso. Ledo engano!

Esquecem-se da imensa carga de responsabilidade que um Mestre carrega em cada uma de suas ações, em seus exemplos, nos seus ensinamentos ministrados. 


À direita o Mestre Jigoro Kano,
Criador do Judô.

Me recordo da palestra ministrada por um professor de Judô, 9° Dan, na Federação Paulista de Judô quando, junto com vários colegas, fui aprovado à graduação de Faixa-Preta 1º Dan, no ano 2000 em São Paulo.

Todos estavam esperando ouvir que naquele momento estaríamos nos tornando mestres, donos do conhecimento, os pais da matéria.

Qual foi a minha surpresa, depois de longos 23 anos de prática e dedicação ao judô, quando de peito estufado ouvi, como primeira frase, que nós ainda não sabíamos nem uma pequena fração do que precisaríamos aprender, que estávamos no início da jornada e que usar uma faixa-preta só aumentava a responsabilidade de dar um bom exemplo e aumentar a dedicação nos estudos e treinamentos do judô. Que ninguém ali era mestre de nada e que ser um mestre não estava relacionado à cor da faixa que ostentávamos, mas ao modo de pensarmos e nos comportarmos.



Pra quem estava todo metido, esperando um efusivo "parabéns" e um abraço fraterno, aquilo foi um soco no estômago! Aliás, o judô me bateu no estômago centenas de vezes na vida. Inúmeras vezes que eu estava começando a me sentir "o cara", o lutador mor, invariavelmente, neste dia, eu tomava um belo de um pau no treinamento. Era impressionante: era só eu começar a me achar e apanhar, como dizem na minha região, "como vaca na horta de japonês!"


Ensinando aos mais jovens, depois de ter aprendido a lição
de que eu não sabia "quase nada"!

Certa vez vi um garoto perguntando ao Mestre Cuteleiro Rodrigo Sfreddo, durante um evento, quanto tempo levava pra fazer uma determinada faca. Resposta: vinte anos! 

Dominar a arte à ponto de ser reconhecidamente um Mestre é uma longa e dura jornada, de dedicação e esforço constante e que traz consigo uma carga imensa de responsabilidade. 


Rodrigo Sfreddo: Mestre de Fato e de Direito!

Sfreddo me disse uma vez que para ser um Mestre não basta conseguir fazer uma faca de mestre. É necessário que todas as facas confeccionadas à partir de então, sejam do nível das facas de um Mestre.

Ademais, o verdadeiro Mestre jamais deixa de ser um aprendiz, pois sabe que sempre haverá mais para aprender e para se aperfeiçoar!



O Monge...

Títulos à parte, pois eles não necessariamente significam conduta ético-profissional irrepreensível nem tampouco conhecimento sólido, um profissional de conhecimento elevado e qualidade técnica suprema, não tem necessariamente que ter um título para ser o que é.

Como exemplo máximo disso gosto de citar o cuteleiro Gustavo Vilar. Gustavo não tem título nenhum na cutelaria e ao que me consta, também não se preocupa nem planeja tê-lo. Ele é o que é, confia plenamente naquilo que sabe e faz, e está plenamente seguro e satisfeito com isso.


Gustavo Vilar.

Gustavo é surfista, triatleta, bicho solto! Filho de artistas consagrados no Estado do Espírito Santo. Se eu não estiver enganado, seu pai é escultor e sua mãe artista plástica e ambos são professores de artes nas Universidades Federal e particulares de Vitória.

O rapaz cresceu em meio à arte e domina praticamente tudo em termos de técnicas que se podem aplicar em uma faca ou canivete. Tecnicamente falando, posso apostar que com seu nível técnico ele "dá pau" em muitos cuteleiros que são mestres por título. Mas, Gustavo não tem título de mestre.


Alto astral, exímio profissional e um cara muito gente fina!

Hoje o consagrado cuteleiro está morando e trabalhando nos Emirados Árabes, pertinho da paradisíaca Dubai, contratado por um Sheik para fazer exclusivamente as suas peças de coleção e as que dá de presente à seus amigos. O patrão do Gustavo vende petróleo e paga em dólar. Mas, Gustavo não tem título de mestre!

Exatamente aí que está a questão. Para ser efetivamente um Mestre, não é necessariamente obrigatório se ter um título. O Mestre se faz pelo conhecimento e conduta... não pelo diploma!

Gustavo é o Monge, que escolheu viver na dele, fazer o que gosta e ser feliz com isso, sem a necessidade de ter que provar nada pra ninguém. Não que os Mestres intitulados tenham buscado seus títulos com o intuito de provar algo para os outros, pois buscar certificação é legítimo e desejável, mas sabemos que alguns não buscam o nível técnico nem a conduta, mas a pompa e os holofotes!


O Sapo.


A cultura brasileira atual ovaciona o que se aparenta ser, sem que necessariamente o seja! Celebridades efêmeras ao estilo Big Brother fazem surgir no imaginário de nosso povo de pouca cultura, a oportunidade de se tornar "artista", de ficar em evidência, qualquer que seja a estratégia ridícula e apelativa utilizada.

Vamos nos lembrar da história daquela moça loira, que chocou até mesmo os seus jovens colegas de faculdade, tão pequena que era a mini saia que trajava, bem como o senso de pudor que manifestava.


Virou manchete nacional... ganhou dinheiro fácil aos montes e hoje ainda tem espaço na mídia e colhe juros e dividendos de seu comportamento questionável!

Obviamente, ela só continua tendo espaço nos meios de comunicação, porque nós mantemos em alta as audiências dos programas nos quais ela aparece. Absoluta falta de cultura e de conteúdo intelectual do nosso povo! 

Entretanto, como diz o ditado popular: "Ninguém consegue enganar a todos o tempo todo!"

Inevitável a queda, o desmascaramento, a exposição ao ridículo de quem se alicerça nesses quesitos. Uma celebridade vazia, sem conteúdo e com prazo de validade determinado... É nesse ponto que entram os artistas da cutelaria!

O caminho a ser trilhado em busca do domínio de nossa arte é extremamente longo, penoso e sacrificante. E não existem atalhos!!!



O domínio de determinadas técnicas básicas são essenciais para o desenvolvimento futuro e concreto de outras mais avançadas. Não há como pular etapas!

O aprendizado e o domínio das técnicas devem ser sólidos, afim de que alicercem o bom nome do cuteleiro, que deve crescer naturalmente com o passar do tempo.

Esmerar-se, buscar conhecimento e acima de tudo manter a humildade é vital à uma carreira promissora e crescente em qualidade técnica e em visibilidade.



Que a dedicação, a persistência e o conhecimento venham antes dos títulos, dos prêmios e do reconhecimento, de modo a serem concretos e inabaláveis e, pessoa nem circunstância alguma possam maculá-los, abalá-los.

Meu conselho aos mais novos é que espelhem-se nos bons exemplos da nossa Cutelaria Custom Brasileira. Seja num Mestre ou num Monge, de acordo com o perfil pessoal de cada um. 

Não que podemos deixar que aconteça na cutelaria, o que infelizmente acontece em outros ramos profissionais no Brasil, é o surgimento de novas gerações de "faz de conta".

Como disse anteriormente, a cutelaria só evolui mediante CONFIANÇA!

Trilhem os caminhos, paguem os preços e cresçam alicerçados em conhecimento sólido e conduta ético-profissional inabalável, para que no futuro, nada nem ninguém possa transformar o que todos pensavam ser um Príncipe... num Sapo!




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